terça-feira, 13 de maio de 2014

A sua marca nas redes sociais

A internet é um mundo sem dono, tanto que criaram a lei Carolina Dieckmann, na qual condena vasculhos em computadores, celulares, tablets alheios. Nesse caso em específico, as fotos íntimas da atriz foram pegas e se espalharam por toda a web.

Este caso evidenciou ainda mais a velocidade e importância das redes sociais no mundo de hoje, tanto que a notícia foi compartilhada no Twitter, Facebook, Youtube, entre outros. Atento a isso, as empresas procuram manter uma boa imagem nos seus posts, com o objetivo de agregar mais fãs e manter os que já se familiarizam com as suas marcas.


Seja na área de comunicação, varejo, entre outras, as marcas fazem e devem permanecer com o conceito de atrelar os seus produtos ao seu público-alvo. Exemplo da Halls, da Chiclets e do Guaraná Antárctica estas as empresas são de premissa jovens e a cada post nas redes sociais, eles abordam o que os seus fãs mais se identificam.

No Facebook, a Halls utiliza posts mais voltados para o relacionamento (que na adolescência é o maior dilema e descobrimento), a Chiclets aborda assuntos do cotidiano da juventude, como a escola e família, enquanto o Guaraná Antárctica preza mais pela amizade, tanto que relaciona o seu refrigerante com esse sentimento.

Essas três marcas são exemplos de como deve se portar nas redes sociais, pois elas não se preocupam somente com os posts, mas também com a opinião do público nos comentários e procuram se inovar a cada postagem, sem deixar a essência proposta desde o início.

Não basta a marca ter um nome forte, ela tem que se conscientizar de que qualquer gafe pode ser crucial na perca de credibilidade e de público. A empresa deve evitar posts e comentários pessoais, ou seja, não deixar o funcionário dizer algo fora da política da instituição. E o pior deslize que pode ser cometido é ofender um fã ou a concorrência, esse é o famoso tiro no pé, na qual a marca só tende a perder.

Caso queira “cutucar” a empresa, faça de maneira sutil e de forma que não mencione a concorrente explicitamente. Um caso recente foi da Jaguar, que de forma bem-humorada em sua propaganda fez menção a concorrente Mercedes Benz e divulgou o resultado nas redes sociais.

                                                     Vídeo da resposta da Jaguar

A marca não deve esquecer da responsabilidade com a sua política e com o seu público, pois uma empresa sem fãs e credibilidade, não é forte e passa a ser apenas mais uma no mercado. Além de se manter antenada em tudo que se passa sobre o seu nome, para que não caia em gafes e pegadinhas.

Utilizar de estratégias conservadoras e inovadoras devem ser bem traçadas, pois um passo em falso pode fazer com que a grande ideia, se torne a piada do ano e o trabalho de ajustar a “casa” será árduo, abalando a confiança da empresa.

Tendo essas características, digamos de ataque e defesa, dificilmente a marca será prejudicada e caso tenha uma boa reputação, a gafe pode ser reparada em menor tempo. Neste caso, a melhor estratégia é não abusar da sorte e agir de forma consciente.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

O Abusado retrata com dinamismo a história de famoso traficante

O Abusado, livro lançado em 2003 relata o surgimento do Morro da Santa Marta, localizada na zona sul do Rio de Janeiro, fato ocorrido no início do século XX. Durante o livro é ilustrado como era a questão social na favela e por consequência o aparecimento dos primeiros traficantes na região.

No decorrer das páginas, o leitor se depara com o surgimento do Comando Vermelho, a mais influente organização de tráfico do Rio de Janeiro e uma das mais perigosas do Brasil. Juliano VP, que era o nome fictício de Márcio Amaro de Oliveira (Marcinho VP), é o personagem principal da obra e ele é mostrado como um traficante pode fazer parte de uma facção e a sua ascensão.

O livro traz o dilema do tráfico com o requinte do "dono da boca", as facções costumam ter membros que deixam a escola nos primeiros anos ou mal a frequentam e se dedicam ao crime, Juliano VP, também de origem humilde e sofrida, por sua vez abandonou a escola aos poucos, mas nunca deixou a leitura.

Por seguir literalmente o lema do Comando Vermelho: Paz, Justiça e Liberdade, o fez um líder que pregava a paz, resolvia todos os problemas pacificamente e tinha como prioridade a comunidade. E por apreciar a leitura, ganhou o apelido de “Poeta”.

Devido a sua influência e gosto pela leitura, Juliano VP mantinha contatos com a alta sociedade carioca, como o cineasta João Moreira Salles e com informações dadas pelo traficante, Moreira Salles viabilizou o documentário Notícias de uma Guerra Particular, gravado em 1995.

No ano seguinte, Juliano VP autorizou a gravação do clipe de Michael Jackson, da música They Care About Us (as filmagens também foram realizadas em Salvador). O "dono do morro" garantiu a segurança do Rei do Pop, do diretor Spike Lee e de toda a produção que desembarcou no Morro Santa Marta.

E Caco Barcellos mostrou também que todo esse requinte e influência de Juliano na burguesia carioca, o deixa fragilizado perante aos outros líderes do Comando Vermelho, que estavam irritados e acreditavam que o Poeta não tinha condições de liderar um Morro, pois suas ideologias e atitudes eram totalmente diferentes dos outros “cabeças” da facção. 



Caco Barcellos teve o cuidado de recolher pesquisas e depoimentos ao longo de cinco anos, devido esse trabalho a história se tornou um livro-reportagem. O escritor também se preocupou em ocultar nomes, para evitar possíveis processos e perseguições, algo que podia prejudicar a obra.

A narrativa do livro faz com que o leitor fique na adrenalina e queira devorar as páginas para saber o que está por vir. Com a riqueza de detalhes de cada ação, Caco Barcellos prende a atenção do leitor e a pessoa sente como se estivesse visualizando a cena à sua frente.

quinta-feira, 6 de março de 2014

A ética em jogo

Para encerrar esta pequena série de comentários sobre filmes, escrevo sobre O Informante. Estrelado por Russel Crowe e Al Pacino, o longa lançado em 1999 é baseado em uma história real, que aconteceu nos Estados Unidos quatro anos antes e ele foi inspirado na reportagem de Marie Brenner, da revista Vanity Fair. O filme relata a história do pesquisador Jeffrey Wingand (Crowe), que acabara de ser demitido da empresa multinacional do ramo de tabaco, Brown & Williamson, e ele entra em conflito, se revela os malefícios dos produtos que ele ajudava a produzir ou se ele mantém isso em segredo para que ele e nem a sua família corram perigos de vida.

Em meio a este conflito, o jornalista e produtor do programa 60 Minutes, Loweel Bergman (Al Pacino), aparece para incentivar Wingard e pressionar o ex-funcionário da Brown & Williamson a revelar o que sabe sobre os males do tabaco. Porém, o pesquisador convive a todo o momento com esta dúvida e ele demonstra certa fragilidade quanto a este dilema. Até que em um determinado ponto do filme, ele decide contar tudo para Bergman.

Wingard concede entrevista para Bergman, mas depois dela pronta, o jornalista sabe que ela será editada e que as denúncias contra a empresa de tabaco não serão ditas. Com esta decisão, ele tenta honrar sua profissão e evitar que seu veículo de comunicação não faça o bom uso do jornalismo.

No entanto, o que chama atenção no longa que conta com o roteiro de Michael Mann (ele também é o diretor) e Eric Roth (trabalhou em Forrest Gump) é a riqueza de detalhes e tensão dos personagens. Além disso, durante o filme, o diretor deixa no ar seguintes perguntas: O que você faria no lugar de Wingard? Você arriscaria sua vida para denunciar uma empresa importante, capaz de comprar o seu silêncio? Caso você fosse Bergman, você deve se aproveitar deste momento delicado do cientista e explorá-lo para ter a sua matéria? E com a decisão de editar a sua entrevista, qual seria sua atitude diante disso?


Percebeu que todas as questões envolvem a ética pessoal-profissional? Então, o telespectador precisa entender o lado dos personagens principais, Jeffrey Wingard e Loweel Bergman, e também o que os levaram a tomar as decisões durante o filme.

Outro ponto importante do filme é o mal que as empresas de tabaco causam ao consumidor e após a denúncia, elas tiveram que pagar mais de 246 trilhões de dólares em indenizações aos cofres públicos norte-americanos.  E após assistir o longa, você sentirá que viveu uma experiência bastante interessante.

PS: Encontrei esse trailer legendado.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O "shownalismo" mostra a sua face

O segundo filme a ser comentado por mim é O Quarto Poder. No filme, lançado em 1997, Dustin Hoffman interpreta o jornalista decadente Max Brackett, que foi fazer uma matéria simples no Museu de História Natural, em Madeline, Califórnia a respeito das demissões em massa que o governo estava fazendo. E no local estava tendo uma excursão com algumas crianças.

Entretanto, sua cobertura toma outro rumo quando o ex-segurança do museu, Sam Baily, interpretado por John Travolta, que acabara de ser demitido pela diretora do local, a Sra. Banks, reaparece no museu.

Desesperado por estar desempregado e em querer reaver o seu emprego, Baily pede para conversar cinco minutos com a Sra. Banks, mas a diretora se recusa. Diante disso, o ex-segurança saca uma espingarda na tentativa de ser ouvido por ela. Enquanto isso, Brackett está no banheiro masculino e liga para a central da emissora KDXB.

Baily percebe a presença de Max e o faz refém juntamente com a diretora e as crianças que visitavam o museu.O jornalista sente que aquela matéria o podia trazer de volta a tona e por isso, ele pretende ganhar a confiança do ex-segurança.


Max chega a ser o consultor de Baily durante as “negociações” com a polícia, tanto que a pedido do jornalista, o ex-segurança exige uma entrevista para libertar uma criança.

Antes desta entrevista exclusiva, o filme ilustra como parte da imprensa age para conseguir suas matérias. Alguns fingem personagens para conceder entrevistas, além disso, teve uma repórter que se disfarçou de enfermeira para entrar em um hospital e gravar sorrateiramente, uma entrevista. Estas atitudes são no mínimo antiéticas, tanto na ficção quanto na vida real.

Durante o filme fica evidente a fragilidade de Baily, e como e quanto Max se aproveita desta situação para transformar tudo em um grande circo. Além disso, o longa ilustra exatamente a Agenda Setting (o jogo de interesses dos veículos de comunicação em relatar apenas o que é de seu interesse e não o que é do interesse do público em si) e como parte da imprensa faz o chamado shownalismo, sendo que podiam tratar o assunto com mais seriedade e menos sensacionalismo.

O filme também mostra como uma reportagem tendenciosa e mal conduzida pode destruir com a vida de alguém e que esta matéria acaba movimentando a opinião pública, que em alguns momentos exalta a importância da mídia e a trata como O Quarto Poder, exatamente traduzido no título do longa.

PS: Só encontrei trailer em inglês e esse foi um dos melhores que achei.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

O jornalismo no cinema

Aproveito o mês das férias escolares e do trabalho, para recomendar três filmes para serem assistidos no conforto da sua casa. Selecionei longas que retratam um pouco sobre o jornalismo, trata-se de Todos os Homens do Presidente, O Quarto Poder e o Informante. Hoje começo com o longa Todos os Homens do Presidente. Espero que gostem dos textos e de alguma forma se interessem por eles.

Todos os Homens do Presidente é um filme baseado no assalto a Watergate, que aconteceu no dia 17 de junho de 1972. No longa lançado quatro anos depois, Dustin Hoffman e Robert Redford atuam como repórteres do Washington Post, Carl Bernstein e Bob Woodward, respectivamente.

Depois do assalto em Watergate, Bob Woodward passa a investigar o caso. O primeiro passo do repórter foi acompanhar a audiência dos cinco envolvidos. Após este fato, o vice-presidente do Washington Post, Ben Bradlee (Jason Robards) resolve deixar a matéria fica a cargo de Woodward e de Carl Bernstein.

Bob e Carl tinham diferentes personalidades, enquanto o primeiro era mais “certinho”, o outro tinha como praxe ser desorganizado. Este contraste de modos se encaixava bem quando o assunto era descobrir o que cercava o caso Watergate e qual era a verdadeira história por de trás dele.


O primeiro texto feito por ambos não foi 100% aprovado por Bradlee, que alegava inconsistência e falta de fatos, para que esta matéria fosse capa do Washington Post. Depois desta constatação, o New York Times publica uma reportagem mais completa – digamos assim – e por este motivo, Bob e Carl começam a ir atrás de tudo, mas tudo mesmo, que esteja ligado ao caso Watergate.

Os telefonemas, idas à biblioteca, enfim, tudo que tivesse nem que seja 1% de ligação ao caso Watergate, tinha sido investigado. Por causa deste aprofundamento de pesquisas, Bob e Carl começam a descobrir o quebra-cabeça e percebem que o assalto em junho de 1972 era um fato isolado de um governo corrupto, que estava prestes a ser reeleito.

No entanto, as primeiras investidas dos jornalistas não foram bem sucedidas. Apesar disso, eles não desistiram do caso e trataram de trabalhar duro para encontrar pistas, provas sobre o assunto. Mesmo com os empecilhos encontrados durante o filme, os dois repórteres do Washington Post mostraram como se deve fazer uma cobertura jornalística, que um fato pode ter várias versões e dizeres, mas o importante e fundamental é encontrar a verdade do mesmo.

Todos os Homens do Presidente, estrelado por Dustin Hoffman e Roberto Redford, e dirigido por Alan J. Pakula ilustrou de forma coerente e precisa como era a vida de um repórter nos Estados Unidos na década de 1970, pois naquela época, não existia internet e os jornalistas tinham que ir a campo de qualquer maneira para conseguir informações sobre a pauta proposta. Além disso, o longa mostra a importância de apuração de fatos e também a imparcialidade na qual um jornal aborda e relata em uma matéria jornalística.

O longa ganhou quatro Oscars em 1976, sendo eles o de Ator Coadjuvante para Jason Robards, Roteiro Adaptado, Direção de Arte e Direção de Som.

PS: Só encontrei trailer em inglês e esse foi um dos melhores que achei.