quinta-feira, 3 de junho de 2010

O namoro na religião muçulmana só existe após o casamento

O professor Alferes, 37, formado em engenharia, é freqüentador da Mesquita localizada na rua Estela próximo ao metrô Paraíso, em São Paulo. Ele comenta como é o namoro, o casamento na religião islâmica e também opina sobre o sexo antes do casamento com base nos ensinamentos escritos no livro sagrado, o Alcorão.


Logo no início ele diz: "O namoro nada mais é, do que longas conversas para o casal perceber se vale a pena casar e se o relacionamento der certo, o próximo passo é o casamento. O namoro na religião muçulmana só existe após o matrimônio, pois assim os apaixonados têm mais liberdade, o amor é mantido, o sagrado matrimônio não cai na rotina e antes do casamento o beijo é expressamente proibido".

Segundo o professor, os jovens se conhecem dentro das escolas e também nas mesquitas. Esse conhecimento, tradicionalmente, é feito assim: o rapaz pede para a mãe ou irmã, arrumar uma menina com as características que ele deseja, elas descobrem a pretendente e pedem permissão para família da moça para que o garoto possa conhecê-la. Se houver a autorização, é marcado um almoço ou jantar.

Com isto, o rapaz vai com a sua família até a casa da moça que ele quer conhecer, pede para o pai dela para que possam conversar. Essa conversa pode durar dias, meses, anos até decidirem se casam ou não e eles nunca conversam sozinhos, isto é proibido.

"As características que mais chamam a atenção de um homem são: a beleza, ascendência, conhecimentos, posição social e religiosidade. A mais importante é a religiosidade, porque não adianta a menina ser bonita, ter uma excelente ascendência, possuir ótimos conhecimentos e posição social muito boa, se ela não possuir a religiosidade suficiente para ser uma esposa decente e com ótima moral. Também porque, hoje ela pode ser bonita, mas daqui a 20 anos poderá estar velha e decadente, possuir conhecimentos, mas não ter fé, ter uma boa ascendência e não crer em Allah. Por último hoje ela pode ser rica, mas pode acontecer algo e perder tudo", explica Alferes, com base nas palavras do profeta Mohammed: "Casa – se com as fiéis, pois elas seriam ótimas esposas e mães".




Na cerimônia de casamento, não pode faltar carneiro ou boi, assado ou cozido e degolado (tradição islâmica, pois se a carne não for degolada, as pessoas estariam se alimentando de uma carne suja e podre) uma pessoa que entenda muito da religião muçulmana, não necessariamente um Sheik. Os homens ficam separados das mulheres, que estam em outra sala. Antes da cerimônia os noivos confirmam o casamento.

Sobre o sexo antes do casamento, ele relata: "O sexo antes do casamento traz muitos problemas, pode nascer uma criança, se os pais em alguns casos não podem manter, isto será um dos diversos problemas para a sociedade, mas se o pai puder manter ótimo. Se o pai não puder manter há o surgimento de mães solteiras, se elas não puderem manter o filho, acontece de deixá-lo em lixeiras, rios e isto é um caos na sociedade. Este é um dos sete grandes pecados, pois a moral da mulher é afetada. E se o homem fizer sexo com uma mulher antes do casamento e morrer, o seu destino é o inferno".

Se ocorrer a gravidez antes do casamento e, se a mãe for solteira, a lei prevê que, após o período de amamentação haja a separação de mãe e filho.

Caso aconteça em um país que não segue a lei islâmica, os pais conversam com seus filhos, explicam a situação e têm o perdão, porque é fácil em uma sociedade como a nossa (brasileira) as pessoas se corromperem. E em um país que segue a lei islâmica, se o homem for casado e traiu a esposa, ele tem que morrer e o mesmo acontece com a mulher quando ela trai o marido. Se o homem for solteiro, ele leva 80 chibatas em plena praça pública, isto para servir de lição para as outras pessoas e que isto não se repita, o mesmo vale para a mulher. O objetivo não é punir, e sim, evitar que outros façam o mesmo.